Devocional 02\04\2022 O LEGADO DE JOSÉ DE ARIMATÉIA

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O LEGADO DE JOSÉ DE ARIMATÉIA

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Possivelmente poucos são os leitores bíblicos que tenham dedicado a figura de José de Arimatéia uma atenção suficientemente profunda a fim de decifrar sua rápida, porém intensa participação nos acontecimentos que se deram quando da condenação e morte do Senhor Jesus. Mesmo que não reconheçamos em José de Arimatéia um personagem de destaque em meio a tão intensos acontecimentos, agradou ao Espírito Santo que os quatro evangelistas fizessem menção da participação dele nos fatos cruciais daqueles dias, o que por si só é razão suficiente a fim de empreendermos uma atenta investigação a respeito deste personagem.

Os atos de José de Arimatéia são descritos nos quatro evangelhos. O evangelista Lucas o trata como “senador” (Lucas 23.50), ou seja, membro do Sinédrio, o superior tribunal judaico, responsável pela condenação de Jesus. O evangelista Marcos acrescenta que José era um conselheiro honrado” (Marcos 15.43), ou seja, um membro ilustre do Sinédrio, enquanto Mateus nos revela que ele era também “um homem rico” (Mateus 27.57). A respeito da pessoa de José, o evangelista Lucas nos diz que era “homem de bem e justo” (Lucas 15.50), ao que Marcos acrescente que ele também “esperava o reino de Deus” (Marcos 15.43), o que certamente inclui sua atenção aos acontecimentos que envolviam o ministério de Jesus e o cumprimento das profecias do Velho Testamento quanto ao messias.

Porém é pelos lábios dos evangelistas João e Mateus que tomamos conhecimento de que este judeu temente a Deus, era também um discípulo secreto de Jesus, como nos revela Mateus ao descreve-lo como um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus” (Mateus 27.57). Um importante fato a respeito deste discípulo secreto de Jesus é encontrado na narrativa de Lucas, ao nos revelar o posicionamento de José de Arimatéia quando do julgamento de Jesus pelo Sinédrio, ao dizer que ele “... não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros” (Lucas 23.51), ou seja, ele havia sido voto vencido, e possivelmente um dos únicos, quanto a condenação de Jesus.

A continuação da narrativa por parte dos evangelistas serve para quebrar a noção inicial quanto a timidez de José de Arimatéia em relação ao reconhecimento de Jesus como o Filho de Deus. Se inicialmente ele fora apresentado como um discípulo secreto, a morte de Jesus o fez revelar-se de uma forma corajosa e decidida, como nos diz Marcos “Chegou José de Arimatéia...e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus” (Marcos 15.43). Devemos reconhecer que a ousadia deste discípulo foi ainda além, pois João revela que ele foi e tirou o corpo de Jesus” (João 19.38), e que após isso envolveu-o num lençol” (Lucas 23.53), ao que Mateus acrescenta “E o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha” (Mateus 27.60). Suas ações se encerram somente após ele ter concluído seu objetivo, relatado no primeiro evangelho “e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se” (Mateus 27.60).

Não sabemos até que ponto a compreensão de José de Arimatéia o permitia reconhecer o grande milagre da ressurreição de Cristo, mas certamente tal fato coroou de júbilo todo seu zelo pelo Senhor.

Servir amorosamente a Jesus Cristo jamais será vão, eis o legado de José de Arimatéia.

 


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