Devocional 25\04\2022 O QUE REALMENTE DEVEMOS TEMER: A INGRATIDÃO

 TÍTULO

O QUE REALMENTE DEVEMOS TEMER: A INGRATIDÃO

TEXTO

O texto que encontramos em 2 Timóteo capítulo 4, versos 9 a 18, é um dos últimos registros do apóstolo Paulo neste mundo, de forma que faremos bem em nos atentar ao que o idoso apóstolo relata a seu jovem discípulo Procura vir ter comigo depressa, porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém”.

O que exatamente o apóstolo Paulo quer nos transmitir ao dizer que “fiquei livre da boca do leão”. Teria Paulo temor da morte e estaria se regozijando por ter escapado dela? Creio realmente que não. Uma vez que foi ele próprio que escreveu Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”. O contexto desta epístola nos revela a que tentação o apóstolo havia sido exposto e como a venceu. Diante da morte iminente, Paulo revela o tratamento que lhe foi dispensado, até mesmo por seus irmãos em Cristo. Demas o desamparou, Alexandre lhe causou muitos males e em sua primeira defesa diante das autoridades ninguém se pronunciou a favor dele, e apenas Lucas o acompanha. O homem que escreveu “Eu de muito boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas” (2 Coríntios 12.15), enfrentou seus últimos dias neste mundo preso, solitário e desamparado pelos seus.

Apesar de tudo isto, em nenhum momento Paulo demonstrou amargura ou queixou-se de sua sorte, em nenhum momento viu isto como algo injusto ou imerecido. O inimigo de sua alma havia o atacado com a dor do desamparo, e Paulo respondeu esvaziando-se a si mesmo e glorificando a Jesus Cristo nos últimos momentos de sua vida. Tomemos como exemplo a Policarpo, bispo de Esmirna, a quem o próprio Senhor Jesus escreveu “Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida”. Estando já amarrado a pilha de lenha onde seria queimado, ouviu de seus executores a proposta de negar ao Senhor e ser liberto ou morrer por Ele. Policarpo amorosamente respondeu “Tenho servido a Jesus Cristo pelos últimos sessenta anos, sem nunca ter recebido dele o mal, e agora o negaria em meus últimos instantes de vida?”. A morte é indolor, diante da possibilidade de envergonharmos o nome daquele que deu sua vida por nós, como tão bem o próprio Paulo nos revelou ao dizer “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. A ingratidão deve ser temida mais do que a própria morte.

 

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