Devocional 18\04\2022 A FÉ REVELA-SE NA HUMILDADE
TÍTULO
A FÉ REVELA-SE NA HUMILDADE
TEXTO
O
atento leitor das sagradas Escrituras encontra no décimo quinto capítulo do
evangelho de Mateus a narrativa do encontro de Jesus com uma mulher cananéia,
assim nos descrito “E,
partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher
cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi,
tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas
ele não lhe respondeu palavra”. Quantas
lições preciosas estão contidas neste precioso relato.
Primeiramente, voltemos
nossas atenções para a nacionalidade desta mulher que interpela o Senhor Jesus.
A região de Tiro era limítrofe a Galiléia, localizando-se no atual território
do Líbano. Ao chama-la de mulher cananéia, Mateus a liga aos povos que Josué
expulsou da Terra Prometida, e que desde esta época se centralizavam na região
de Tiro. O povo desta mulher não somente nutria histórica rivalidade com os
judeus como também era desprezado por estes. Mas é exatamente ao mestre judeu
que ela dirige seu rogo. Jamais pense que o poder de Jesus é limitado a uma
raça ou povo, sua graciosa ajuda atingiu aqueles a quem a religião judaica
desprezava, como Maria Madalena, Zaqueu e está simples mulher.
Um olhar superficial a
este relato revela algo chocante em relação a reação do Mestre para com esta mulher.
A resposta inicial de Jesus a necessidade daquela mulher, cuja filha
encontrava-se enferma, foi inicialmente de silêncio, a ponto de seus discípulos
rogarem que ele lha dessa alguma resposta, a fim de fazer cessar sua balbúrdia.
Quebrando o silêncio, Jesus responde de forma pouco encorajadora “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da
casa de Israel”, o que levou a mulher a avançar ainda mais em seu
rogo, agora diante do próprio Mestre “Senhor,
socorre-me!”. Quando então pensamos que o Salvador atenderá seu pedido, o
que ouvimos dele é “Não é bom pegar no
pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos”.
Há algo na fala do Mestre
que pode passar desapercebido por muitos de nós. Ao comparar a mulher e seu povo
a “cachorrinhos”, o Mestre não está sendo rude ou insensível. A expressão é um
diminutivo afetuoso, empregado para os cachorrinhos de estimação, literalmente
“de colo”. A mulher logo entendeu o encorajamento dado a ela nas palavras do
Mestre e sua expressão é de total concordância e regozijo “Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das
migalhas que caem da mesa dos seus senhores”. Ela está se regozijando por ser um destes
cachorrinhos, que, apesar de seu tão pequeno valor, recebem amor e afeto de seu
senhor.
Antes de qualquer outro
significado, a palavra que acompanha a fé é humildade. Nenhum ser humano
adentrará os portões celestial sem que tenha aprendido sobre ela, assim como
nenhum salvo em Cristo crescerá espiritualmente sem que saiba pratica-la. Quão
necessário se faz que os salvos em Cisto revelem possuir a mesma atitude de João
Batista diante do Senhor ao reconhecer “Convém
que Ele cresça, e que eu diminua”. É
somente aos humildes que é permitido perceber sua própria pequenez, assim como
a imensurável majestade e gloria de nosso Salvador.
Que a humildade desta
simples mulher cananéia seja encontrada em nós também.
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