Devocional 24\05\2022 O REVERSO DA GRATIDÃO

TÍTULO

O REVERSO DA GRATIDÃO

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras encontra no décimo sexto capítulo do livro do profeta Ezequiel uma forte exortação do Senhor contra seu povo E tomaste as tuas joias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, e fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas”.  Neste texto o Senhor protesta contra as abominações vistas em meio a nação de Israel. Deus havia abençoado seu povo com toda sorte de bençãos, eles se tornaram prósperos e viviam em paz. Porém aquilo que lhes devia servir de bem foi usado para o mal da forma mais ímpia possível. Eles trocaram o Senhor pelas bençãos, ergueram ídolos em seus corações e se afastaram de Deus.

Este enredo não é estranho na história do povo de Israel. Quando faraó permitiu que deixassem a terra do Egito, Moisés lhes ordenou que pedissem bens valiosos, como registrado no livro de Êxodo. Não se passou muito tempo, e enquanto Moisés se encontrava no monte recebendo de Deus a sua lei, Israel encontrou outra serventia ao despojo que receberam “E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos. Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas suas orelhas, e os trouxeram a Arão. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito”. No Novo Testamento, comportamento semelhante é encontrado na parábola do filho pródigo “E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente”. O imaturo jovem, demonstrando todo seu desprezo, deseja receber aquilo que julga ser seu de direito. Tendo em suas mãos o que deseja, parte para o mais distante possível usufruindo de forma ímpia das bençãos concedidas pelo pai.

Reconheçamos quantas vezes os filhos de Deus hoje apresentam o mesmo proceder. Abençoados pelo Pai, se utilizam das próprias bençãos para satisfazer seus desejos carnais e egoístas. Julgando Deus como algo descartável, viram suas costas a Ele, aliando-se a seus inimigos e desprezando seu amor e bondade, esquecendo-se que o que são e o que possuem são resultado daquilo que Deus fez por eles.

Quão importante é que os filhos de Deus se encontrem precavidos contra este comportamento, colocando em prática a oração de Agur em Provérbios capítulo 30 “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”.

Que tal ensinamento nos sirva de alerta, e que as palavras do salmista sejam suficientes para nos encorajar “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”.

 

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