Devocional 11\05\2022 O ESCONDERIJO DO ALTISSIMO
TÍTULO
O ESCONDERIJO DO ALTISSIMO
TEXTO
O
atento leitor das sagradas Escrituras conhece bem os primeiros versos de um dos
cânticos mais conhecidos do saltério, que assim inicia “AQUELE que
habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi
do Senhor: Ele
é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei”. Faremos bem em refletir a respeito a respeito do esconderijo do Senhor, citado no Salmo 91.
Desde os primórdios da
história humana que a construção de grandes fortalezas tem transmitido aos homens
uma falsa sensação de segurança. Ao planejar a grande torre na Mesopotâmia,
Ninrode não desejava apenas alcançar o céu, mas proteger-se da possibilidade de
Deus voltar a destruir a terra com um novo dilúvio. Em seus vãos pensamentos,
aquela grande torre seria capaz de vencer o poder de Deus. Diferente do que
nossa mente possa imaginar, o esconderijo seguro de Deus não se assemelha a um
grande e inexpugnável edifício, onde nossos inimigos seriam incapazes de
adentrar.
Creio que o fato ocorrido com Martinho Lutero nos
sirva bem de ilustração. Em 1521, devido à grande controvérsia formada pelas
suas teses defendendo a justificação pela fé, Lutero foi socorrido pelo
imperador Carlos 5º a fim de protege-lo de seus ferozes inimigos, sendo levado
ao Castelo de Wartburg, pois entendiam que naquela fortaleza Lutero estaria
salvo e protegido de seus opositores. Foi durante sua estada ali que o grande
reformador compôs o hino “Castelo Forte”. Ele usou como base deste hino o Salmo
46, que diz “Deus é meu refúgo e fortaleza”.
Martinho Lutero possuía a exata noção que sua proteção não vinha daquela
fortaleza de pedra, mas do Deus todo poderoso, presente naquele lugar, como bem
nos ensina o Salmo 32 ao dizer “Tu és o
lugar em que me escondo”, e igualmente o Salmo 90 “SENHOR, tu tens
sido o nosso refúgio”, demonstrando que o lugar de segurança do cristão não vem de
algo palpável, material, mas vem da própria presença do Senhor.
O Salmo 91 acrescenta a
esta uma outra verdade preciosa ao dizer que “à sombra do Onipotente descansará”, usando a representação de sua
presença real. A proteção que por tantas vezes buscamos e almejamos também é resultado
da própria presença do Senhor, demonstrando que o esconderijo citado pelo salmista não é um lugar, mas uma pessoa, o
próprio Senhor, como bem nos faz saber o verso 2 “Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e
nele confiarei”. Tanto refúgio como fortaleza são sinônimos de lugares
seguros. Porém se atente para a ordem de palavras usadas pelo salmista:
primeiro Deus, depois refúgio e fortaleza. A verdade colocada diante de nós é
que somente desfrutaremos de um lugar seguro, se antes de tudo o Senhor for o nosso
Deus, pois o verdadeiro descanso e proteção não podem ser adquiridos pela
riqueza de um homem, mas pode ser alcançado pela simples dependência do poder
do Senhor, como bem nos ensina o Salmo
46 “DEUS é o nosso refúgio
e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda
que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos
mares. Ainda que as águas rujam e se
perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza”.
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