Devocional 11\04\2022 A DIFERENÇA ENTRE ANGÚSTIA E AMARGURA

 TÍTULO

A DIFERENÇA ENTRE ANGÚSTIA E AMARGURA

TEXTO

O atento leitor das sagradas Escrituras encontra no décimo capítulo de 1 Samuel a narrativa da fuga de Davi diante da perseguição do rei Saul, no momento em que Davi procurou refúgio entre os filisteus, acompanhado por seiscentos homens e suas famílias, a quem foi concedido que habitassem na cidade de Ziclague. Durante um ano e quatro meses eles combateram as cidades ao redor, retornando a Ziclague após estas batalhas. Porém, quando o rei Aquis foi a peleja contra Israel, seus príncipes não permitiram que Davi os acompanhasse, pois temiam ser traídos por ele. Davi e seus homens retornaram então a Ziclague, e, para sua surpresa, ao chegarem lá, encontraram a cidade queimada e a notícia que suas famílias haviam sido levadas cativas pelos amalequitas. A Bíblia relata que Davi e seus homens choraram até perderem suas forças. O verso 6 usa uma palavra para descrever a reação de Davi e outra para descrever a de seus homens. Em relação a Davi a Bíblia diz que ele se angustiou, em relação a seus homens, que eles se amarguraram. Entender a diferença entre angústia e amargura pode servir de grande lição para todos nós.

Primeiramente, a amargura é uma aflição moral de tal intensidade, que a reação que provoca é de vingança contra aquele que elegemos como o causador de nossos males, exatamente como reagiram os homens que acompanhavam Davi porque o povo falava de apedrejá-lo, porque a alma de todo o povo estava em amargura, cada um por causa dos seus filhos e das suas filhas”. Já a angústia é a sensação de aperto da alma, uma pressão de tal intensidade que o único pensamento que temos é encontrar algo que nos traga refrigério. A angústia não nos faz buscar vingança nem eleger culpados, mas sim buscar um lugar espaçoso e de alívio.

Da mesma forma, a amargura nos leva a preocuparmos apenas com nossas próprias dores, sem levar em conta que pessoas ao nosso redor sofrem de forma igual ou superior a nós. Os homens de Davi desejavam apedreja-lo, elegendo-o como culpado pelo triste ocorrido. O que eles não levaram em conta é que Davi foi tão vítima como eles daquela tragédia, como visto no verso 5 “Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas; Ainoã, a jizreelita, e Abigail, a mulher de Nabal, a carmelita”. A angústia nos ensina o dom da misericórdia, de sentir a dor do outro, além de nossa própria dor, como reconhecemos em Davi ao recuperar os bens e famílias levados pelos amalequitas, ele lembrou-se e recompensou os soldados que não tiveram forças para perseguir o inimigo.

Finalmente, devemos reconhecer a amargura como algo que cega nossos olhos a ponto de não sermos capazes de outra atitude, a não ser pagar o mal com mal. Aqueles homens sofreram um grande mal, e a única atitude a qual se dispuseram foi realizar um mal ainda maior, apedrejar Davi. A angústia, ao contrário, abre nossos olhos para ver aquilo que outros são incapazes de perceber. Se angústia significa aperto, Davi entendeu que somente o Senhor poderia lhe conceder um lugar espaçoso, e foi por isso que o texto nos diz que, “Todavia, Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus”.

Que entendamos que há promessas aqueles que se encontram em angústia, mas há nenhum bem quando damos lugar a amargura.

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